A história de um atleta do Clube de Tiro de Passo Fundo que transcende o esporte e inspira vidas.
Nem sempre os maiores feitos de um atleta estão no pódio. Algumas conquistas não cabem em medalhas — são silenciosas, invisíveis aos olhos, mas gigantescas na essência. São aquelas vitórias que acontecem dentro da alma, onde a luta é diária, solitária e, muitas vezes, sem aplausos.
Essa é a história do atleta Fabrício Peres, do Clube de Tiro de Passo Fundo, medalhista da LINADE. Mas antes de conquistar sua colocação na competição, ele precisou vencer uma batalha muito maior: a luta contra o câncer.
O diagnóstico veio como um baque. Daqueles que tiram o chão e colocam tudo em perspectiva. Mas foi também nesse momento que o verdadeiro espírito esportivo emergiu — não como rivalidade, mas como resiliência.
Enquanto muitos poderiam ter pausado os sonhos, ele decidiu continuar. Usou a rotina do esporte como um fio condutor entre os dias bons e os dias difíceis. Encontrou no treino adaptado uma forma de seguir em movimento, e nas lembranças das competições, um combustível emocional para não se entregar.
“O esporte tem o poder de transformar. Em meio ao tratamento, ele me deu direção, me ajudou a manter o foco e a vontade de seguir em frente. Foi o que me manteve firme, o que me lembrava quem eu sou mesmo nos dias mais difíceis.”
Essa frase carrega muito mais do que palavras — ela revela a essência de alguém que escolheu lutar com dignidade, disciplina e coragem. Alguém que enfrentou sessões de quimioterapia com a mesma força de quem encara uma final de campeonato.
Hoje, ele celebra um marco ainda mais importante: os exames limpos. O corpo ainda sente os reflexos do tratamento, a musculatura exige tempo, os resultados precisam esperar. Mas o espírito? Esse já é vitorioso.
“Mais alguns meses para recuperar a musculatura e o corpo, e já espero voltar a ter bons resultados. Um passo de cada vez.”
Na LINADE, sabemos que o tiro esportivo é mais do que precisão. É equilíbrio, concentração, controle emocional — e, acima de tudo, força interior. Por isso, celebrar essa história é reconhecer que o esporte vai além da técnica: ele salva, acolhe, inspira.
Que essa trajetória sirva como farol para outros atletas que enfrentam suas próprias batalhas. Que ela lembre a todos nós que, às vezes, os verdadeiros campeonatos são travados fora das pistas — e que os campeões de verdade são aqueles que se recusam a desistir.
Como jornalista, tenho o privilégio de contar muitas histórias. Mas algumas me atravessam de um jeito especial. A do Fabrício é uma delas. Porque vai além da competição, da medalha, do esporte. É sobre humanidade. Sobre escolher continuar mesmo quando tudo parece querer te parar.
Escrever sobre ele é, acima de tudo, um lembrete: de que a comunicação também pode ser ponte entre a dor e a esperança. Que contar histórias como essa é honrar a coragem daqueles que seguem lutando — dentro e fora das linhas de tiro.
Obrigada, Fabrício, por nos lembrar do que realmente importa.
Por Vanessa Giannellini – assessora de imprensa da LINADE